17Maio2024

  
  

Segurança & Defesa

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O grupo naval “Jeanne d´Arc” na Argentina

No dia 25 de abril de 2024, uma 5ª feira, chegou ao porto de Buenos Aires o grupo naval “Jeanne d’Arc”, da Marinha francesa, composto do navio de assalto anfíbio Tonnerre da classe “Mistral”, e sua fragata de escolta, a Guépratte, da classe “La Fayette”

A missão desse grupo estava dividida em três eixos: o primeiro era demonstrar a capacidade da Marine Nationale de se deslocar em todos os mares do planeta, estando sempre pronta a responder a qualquer crise, conforme indicação do governo francês; o segundo é realizar o intercâmbio de experiências e empreender exercícios militares com países amigos e que compartilhem interesses com a França; e o terceiro é atuar na formação de cento e sessenta jovens cadetes da Marinha Francesa, que se encontravam embarcados nos dois navios, e que durante a comissão concluíram seu período de formação.

A visita do grupo naval à Argentina foi também aproveitada para a realização de reuniões entre pessoal da embaixada francesa no país com o Ministro da Defesa portenho, Luis Petri, e para a realização de intercâmbios profissionais entre as duas Marinhas. Foi também realizado um exercício em águas próximas ao Mar del Plata, do qual participaram unidades navais e helicópteros da Armada Argentina, bem como aeronaves da Fuerza Aérea Argentina, que simularam ataques aéreos contra os navios.

O LHD Tonnerre (L9014)

Trata-se de um navio de desembarque-doca com convés corrido, cuja construção pela então Direction des Constructions Navales foi iniciada em 2003, sendo o navio incorporado em 2007. É capaz de operar, em média, 16 helicópteros (para tarefas diversas, como ataque, transporte tático e busca e salvamento), dos quais seis podem ocupar o convés simultaneamente, graças ao elevador posicionado na popa.

Com deslocamento de 22.000t a plena carga, o Tonnerre tem 199m de comprimento, 32m de boca, é tripulado por 220 militares e pode transportar até 900 soldados. Para operações anfíbias, pode transportar até 60 blindados leves ou 13 carros de combate, que são levados à terra por duas embarcações de desembarque de material de grande porte e duas menores. Para autodefesa, conta com canhões automáticos de 20mm e dois lançadores duplos de mísseis antiaéreos de curto alcance Simbad.

O navio possui um hospital com capacidade para até 70 leitos, que pode ser dividido em dois blocos, otimizados para tratamento de pacientes com diferentes necessidades. Com o emprego de seu Combate Management System, pode operar no comando e controle de uma operação conjunta integrada.

Fragata Guépratte (F714)

Essa é a última das cinco fragatas da classe “La Fayette” construídas para a Marine Nationale na década de 1990, sendo incorporada em 2001. Seu armamento principal é um canhão de 100mm na proa, complementado por oito mísseis antinavio MM40 Block 4 Exocet, um lançador óctuplo de mísseis superfície-ar de alcance médio Crotale e dois canhões de 20mm. Possui equipamentos de guerra eletrônica de última geração, e opera um helicóptero orgânico AS565 Panther, para missões de busca e salvamento e controle e abordagem de outras embarcações.

Conclusão

A visita à Argentina foi considerada, tanto por Luis Petri como pelo comandante do Tonnerre, como muito importante, constituindo-se num gesto de reforço do vínculo entre os dois países, estabelecido pela história que compartilham e também pela grande quantidade de armamento francês que a Argentina já comprou ao longo do tempo. O embaixador da França na Argentina considerou relevante que, imediatamente após o câmbio de governo no país, se tenha demonstrado uma postura firme quanto a que lado do mundo a Argentina deseja estar, e considerou significativo o interesse argentino de ser membro da OTAN, embora creia que isso seja algo que deve ser submetido a análise e votação pelos países membros da Aliança (Texto e fotos: Ignacio Vivas Mansini).


Acima Vista da popa do Tonnerre: em destaque, a porta que dá acesso à doca do navio e, acima dela, o elevador que transporta os helicópteros embarcados até o convés de voo.


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Vista do convés de voo do Tonnerre, vendo-se alguns dos helipontos demarcados no convés.


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O espaçoso passadiço do Tonnerre tem uma visão de quase 360 graus.


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Doca do Tonnerre, vendo-se uma das embarcações de desembarque de material e viaturas do navio.


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VBMR Griffon posicionada na garagem do Tonnerre.


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A fragata Guépratte também levava a bordo uma quantidade de cadetes da Marinha francesa.


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Graças à sua combinação de armamento, sensores e demais sistemas, as fragatas da classe “La Fayette”, como a Guépratte, ainda podem atuar de forma eficiente.